EFEITO DO TAMANHO DO GRUPO E DA COMUNICAÇÃO NÃO VOCAL NA VIGILÂNCIA DA ROLINHA-CASCAVEL (Columbina squammata)

Paulo Sérgio Pereira De Amorim, Raphael Igor da Silva Correa Dias

Resumen


Na comunicação animal, sinais produzidos por um emissor carregam informações sobre o ambiente e têm potencial de alterar o comportamento de um ou mais receptores. Em aves, sinais acústicos e visuais prevalecem como as principais vias de comunicação. Entretanto, sinais acústicos mecânicos ou não-vocais são incomuns e ainda pouco explorados e discutidos na literatura. O objetivo desse estudo foi testar hipóteses sobre ao papel do som mecânico produzido em voo de partida pela espécie Columbina squammata. 1) a produção do som não-vocal está associado aos deslocamentos de voo; 2) o som não-vocal será produzido mais frequentemente em situações de perigo potencial (e.g. aproximação de um predador); 3) sendo um sinal de comunicação intraespecífica, espera-se que sua produção seja mais frequente em grupos do que em indivíduos solitários; e 4) o sinal não-vocal gerará uma rápida resposta de fuga nos demais integrantes de grupos socais. O estudo foi realizado no campus da Universidade de Brasília - UnB nos anos de 2015-2016. Após localizar e quantificar o número de indivíduos, os mesmos foram observados com binóculos e câmera digital até se deslocarem em voo de partida, quando foram registradas informações referentes à produção ou não de sinal não-vocal, associação com risco potencial, comportamento dos participantes do grupo (e.g. vigilância), tempo de resposta dos integrantes do grupo e a sequência de deslocamento de voo do grupo. Os resultados demonstraram que em 75% das vezes, o voo de partida está associado à produção de sinal não-vocal, sendo esta fortemente influenciada pela presença de risco potencial. Observou-se também que, em grupo, o tempo de resposta dos demais é menor quando o deslocamento do primeiro indivíduo do grupo é acompanhado pela produção do sinal. Benefícios relacionados à comunicação sobre riscos potenciais fortalecem a manutenção do comportamento gregário da espécie, uma vez que a sinalização da chegada de um potencial predador favorece a sobrevivência do grupo. O sinal não-vocal produzido pela espécie aparenta ter um papel importante na comunicação intraespecífica, tornando esse canal de comunicação um atributo passível de seleção natural


Palabras clave


Comunicação Animal. Comportamento Animal. Efeito do Tamanho do Grupo. Bioacústica. Som mecânico

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2015.5461

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