Investigação da microbiota e sensibilidade antibiótica de infecções em pacientes com Covid-19 em uma UTI do Distrito Federal

Ana Beatriz Dourado Gomes, Paulo Henrique Takatsu de Oliveira, Fabiana Xavier Cartaxo Salgado

Resumo


A infecção pelo SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da COVID-19, provocou um elevado número de hospitalizações, gerando um impacto substancial no sistema de saúde. A sobrecarga foi relacionada ao manejo clínico e uso de antimicrobianos em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por insuficiência respiratória grave. O projeto visou investigar o perfil de sensibilidade antibiótica e dos microrganismos causadores de infecções em pacientes com COVID-19 na UTI de um Hospital público do DF. Trata-se de uma proposta de estudo transversal, descritivo de caráter retrospectivo de pacientes acometidos por COVID-19 internados na UTI do Hospital Regional da Asa Norte da Secretaria de Estado de Saúde do DF. A coleta de dados compreendeu o período de janeiro a dezembro de 2021 e foi realizada com revisão do banco de dados do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar. Foram incluídos pacientes admitidos na UTI do HRAN com diagnóstico de COVID-19 confirmado pelo exame de RT-PCR, diagnóstico de infecção associado a exame microbiológico positivo para a presença de microrganismo e respectivo teste de sensibilidade antibiótica encontrados nos materiais biológicos. A amostra foi composta por 62 pacientes e estratificados em alta (27/43,55%) e óbito (35/56,45%). O estudo revelou uma mediana etária de 53,5 anos, a prevalência do sexo feminino em ambos os grupos e o tempo de internação de 31 dias para o desfecho clínico de alta e 19 dias para aqueles que evoluíram para óbito. As principais comorbidades encontradas foram obesidade, HAS e DM e ressaltados a alta prevalência de Lesão Renal Aguda, tanto no grupo de alta quanto de óbitos. A topografia mais acometida por infecções foram pulmão, trato urinário e sangue. Testes microbiológicos apontaram a Klebsiella pneumoniae como a principal bactéria causadora de infecções (55/35,94% das culturas positivas). Dentre os fungos, ressalta- se a Candida Albicans (18/11,76% das culturas positivas). A multirresistência bacteriana foi documentada em 62,09% dos microrganismos causadores de infecção, sendo os principais: a Klebsiella spp, o Acinetobacter spp. e a Pseudomonas aeruginosa. Nossos achados esperam poder colaborar com a discussão científica da importância da prescrição e administração de terapia antimicrobiana dirigida e mais assertiva, permitindo melhor manejo e prognóstico dos pacientes.

Palavras-chave


COVID-19; UTI; Sensibilidade antibiótica;

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9583

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