Estudo de coorte retrospectivo de alterações pré-analiticas de exames laboratoriais de gatos domésticos do Distrito Federal

Resumo

Atualmente, os exames complementares são bastante requisitados na rotina
clínica da medicina veterinária por complementarem o diagnóstico, assim o tornando
mais preciso. Estes exames são divididos em fases, que passam pela pré-analítica,
pela analítica e pela pós-analítica ao final. A primeira fase é aquela em que se
encontra a maior prevalência de falhas, podendo ocorrer por conta de negligências
do próprio médico veterinário na hora da coleta de sangue ou na dificuldade de
comunicação entre o médico solicitante e o patologista clínico. O propósito desta
pesquisa foi analisar a prevalência dos principais erros pré-analíticos em exames
laboratoriais de pacientes da espécie felina. Tais exames foram providos por um
laboratório que abrange toda a região do Distrito Federal, e foram avaliadas as
possíveis correlações entre as alterações encontradas e as variáveis de raça e/ou
sexo dos pacientes. No total, foram analisados 304 exames hematológicos onde foi
possível estabelecer as alterações mais prevalentes e realizar as correlações através
do teste Qui-quadrado, com correção de Yates de 5%. A alteração mais prevalente
foi a agregação plaquetária, estando presente em 54% dos exames, no entanto, não
foi possível estabelecer qualquer correlação da agregação com as variáveis
avaliadas. Outros erros menos frequentes também foram encontrados, como o
plasma hemolisado em 17% dos exames totais, presença de coágulos em apenas 1
exame (0,32%) e o sexo dos pacientes não foi informado em 5 exames (2%).
Consoante aos resultados adquiridos, este projeto reforça a necessidade de
aprimoramento profissional, a fim de diminuir a prevalência de erros gerados na fase
pré-analítica, como falhas de identificação, coleta e armazenamento da amostra,
fatores que podem ser relacionados a um despreparo técnico.