Avaliação das taxas de mortalidade por HIV/Aids com notificação no momento do óbito no período de 2018 a 2022 no Distrito Federal

Lorena Tavares Ferreira, Thanane Fernandes Avelino, Conrado Horta Barbosa

Resumo


A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua manifestação clínica em fase avançada, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), caracterizam, ainda, um problema de saúde pública de grande relevância, devido a sua transcendência e seu evidente estado pandêmico 8.
O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) registrou, no Distrito Federal (DF) de 2016 a 2020, 526 óbitos tendo a aids como causa básica. Do total de óbitos por aids registrados (526) no estado, no período entre 2016 a 2020, 72,8% ocorreram entre homens (383) e 27,2% entre mulheres (143)21. Em 2019, foram 73 mortes do sexo masculino com aids como causa básica e 25 do sexo feminino no DF 21.
Um aspecto extremamente preocupante nesse contexto é a alta proporção de óbitos por aids notificados no Sinan pelo critério excepcional óbito. Do total de casos de aids identificados no Brasil desde o início da epidemia (1980) até junho de 2013, cerca de 9,0% só foram conhecidos após o óbito, caracterizando uma falha no sistema de vigilância epidemiológica 5.
O objetivo geral desta pesquisa foi avaliar as taxas de mortalidade por HIV/AIDS através das notificações de óbito no período de 2018 a 2022 no Distrito Federal, com a finalidade de identificar os fatores causais associados e reduzir os óbitos evitáveis. Os objetivos específicos foram analisar a variação da mortalidade por HIV/AIDS no Distrito Federal, com ênfase na proporção das notificações por critério de óbito dentre o total de óbitos por AIDS. Para, a partir da da análise dos servidores da Gerência de Informação e Análise de Situação em Saúde (GIASS) e da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (GEVIST), traçar o perfil epidemiológico dos pacientes notificados com HIV/AIDS no momento do óbito, de modo a propor intervenções que visem facilitar o acesso ao diagnóstico precoce e reduzir os óbitos evitáveis.
Através desse estudo, foi possível avaliar a mortalidade por HIV/AIDS no Distrito Federal, identificando fatores relacionados à notificação de HIV, com enfoque ao momento do óbito, realizados pelo SIM. As taxas de novos casos chamam a atenção, pois persistem acima dos 700 casos/ano no Distrito Federal, sendo maior parte de novos diagnósticos realizados pelo critério HIV positivo. Quanto aos diagnósticos por critério óbito por AIDS/HIV, há um decréscimo ao longo dos anos, mas a prevalência encontra-se maior no sexo masculino, na faixa etária de 20-59 anos, com maior concentração de em regiões do entorno do Distrito Federal, nos mais diversos graus de escolaridade e ocupação.
É de fundamental importância insistir na identificação precoce, no apoio aos pacientes diagnosticados com HIV, bem como no preenchimento adequado das fichas de notificação. Para assim, estruturar um cuidado integralizado, individualizado e baseado nas evidências mais atualizadas, buscando, assim, dirimir a presença dos CID B20 e B24 como causa básica nas declarações de óbito


Palavras-chave


vírus da imunodeficiência humana; síndrome da imunodeficiência adquirida; mortalidade.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9547

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