Validação de protocolos neurofisiológicos para diagnóstico da doença de Parkinson

Beatriz Pires Paes, Pedro Victor Matos Moreno da Silva, Allan Eurípedes Rezende Napoli

Resumo


A doença de Parkinson (DP) é atualmente a segunda patologia neurodegenerativa
progressiva mais comum, afetando mais comumente a população a partir dos 65 anos. Seu
diagnóstico é eminentemente clínico, feito principalmente através do exame físico. Porém, a
precisão do diagnóstico permanece abaixo do ideal e varia consideravelmente de acordo
com diversos fatores, como idade do paciente, duração da doença e experiência médica.
Embora os registros neurofisiológicos de distúrbios do movimento ainda sejam subutilizados
na prática clínica, sua aplicação poderia contribuir para um refinamento no diagnóstico e
melhor entendimento sobre sua fenomenologia. O presente estudo tem como objetivo
validar o uso de estudos neurofisiológicos no diagnóstico da DP. Para isso, buscou-se
descrever os dados epidemiológicos dos pacientes portadores desta patologia e de pacientes
controle sem a doença para correlação com os resultados de estudos neurofisiológicos;
avaliar o período cutâneo silente nos pacientes com DP e pacientes do grupo controle;
realizar análise eletrofisiológica do tremor, com acelerômetros triaxiais e eletrodos de
eletroneuromiografia de superfície nos pacientes portadores da DP; além de formular um
protocolo para uso na prática clínica. A pesquisa consiste em um estudo transversal, com
coleta de dados em pacientes com DP e em pacientes-controle saudáveis, analisando dados
epidemiológicos, Período Cutâneo Silente e Análise eletrofisiológica do tremor, com
acelerometria e eletroneuromiografia de superfície. Dos pacientes com DP avaliados,
constatou-se que a frequência dos tremores de repouso e postural permaneceram
majoritariamente entre 4 e 6 Hz, e que a diferença entre a frequência média em repouso e a
frequência média de ambas as mãos contra carga foi considerada relevante, o que vai de
acordo com a literatura. Além disso, por meio da análise do Período Cutâneo Silente, foi
possível notar diferença expressiva entre a latência final dos pacientes com DP e pacientes
do grupo controle, o que é confirmado pela literatura revisada. Conclui-se, portanto, que a
implementação clínica dessas técnicas é fundamental para melhorar a precisão do
diagnóstico de tremores e deve ser uma ferramenta disponível para neurologistas na área de
distúrbios do movimento.


Palavras-chave


Doença de Parkinson; Neurofisiologia; Tremor; Eletromiografia; Acelerometria.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8343

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