Síndromes gripais e infecção por coronavírus em pacientes usuários de imunossupressores no DF: um estudo de caso controle

Gustavo Araújo do Nascimento Santos, Aline Rizzo Borges, Ana Paula Monteiro Gomides Reis

Resumo


Em um contexto de pandemia pelo COVID-19 em que mais de 150 milhões de casos já
ocorreram, busca-se avaliar o comportamento das síndromes gripais e do COVID-19 na
população com doenças reumatológicas em uso de imunossupressores convencionais
sintéticos no Distrito Federal. Por meio de um questionário aplicado em entrevistas
telefônicas, os pacientes foram acompanhados durante 12 semanas em 5 contatos para
avaliar a presença de sintomas gripais ou casos confirmados de COVID-19. Os dados coletados
foram analisados descritivamente, feitas associações entre duas variáveis categóricas
utilizando-se os testes de Qui-Quadrado e teste exato de Fisher, e realizadas comparações de
médias entre dois grupos por meio de testes não paramétricos de Mann-Whitney e de Kruskal-
Wallis. Foram estimadas regressões Binomiais Negativas simples (univariada) e múltiplas
(multivariada). Para todos os testes estatísticos foram utilizados um nível de significância de
5%. As análises estatísticas foram realizadas com o uso do software estatístico SPSS 20.0 e
STATA 12. Um total de 373 pacientes foram incluídos no estudo, 170 faziam uso de
imunossupressores, a maioria era do sexo feminino (91,7%, n=342) com a média de idade de
45,7 anos. Em relação às comorbidades no grupo em uso de imunossupressores 20% (n=33)
tinham hipertensão arterial sistêmica, 11,5% (n=19) tinham doença renal, 7,3% (n=12) tinham
doença pulmonar, 6,1% (n=10) tinham cardiopatia e 5,5% (n=9) tinham diabetes mellitus. No
modelo multivariado final a idade (p=0,001) e uso de imunossupressor (p=0,003) foram
significativas. Observou-se que a frequência de sintomas gripais foi 66,0% maior em pacientes
que faziam uso de imunossupressores comparativamente àqueles que não faziam uso dessa
medicação. Não se obteve diferença significativa no número de casos por COVID-19. Dessa
forma, o uso de imunossupressores convencionais sintéticos associou-se a uma maior
frequência de sintomas gripais.


Palavras-chave


Imunossupressores; Doenças reumatológicas imunomediadas; COVID-19; Coronavírus; Síndrome gripal.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8332

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