Seguimento clínico de fraturas do extremo proximal do fêmur tratadas com hastes cefalomedulares

Clara Demeneck Pereira, Mirella Bastos Sales, Márcio Oliveira, Anderson Freitas, Hélio Ismael da Costa

Resumo


As fraturas transtrocantéricas são lesões de incidência bimodal, relacionadas ao
trauma de alta energia, em pacientes jovens, ou ao trauma de baixa energia, em idosos,
apresentando alta taxa de morbimortalidade. Na população idosa, grupo predominante do
estudo, as fraturas transtrocantéricas levam a deficiências funcionais graves, sendo um
significante problema de saúde. O tratamento é preferencialmente cirúrgico, pois permite
uma reabilitação precoce com recuperação funcional. As estratégias de fixação são múltiplas
e refletem diretamente nas condições pós-operatórias. Dessa maneira, o presente estudo
busca evidências com base no uso de hastes cefalomedulares, em especial do InterTAN, ao
analisar os resultados dos pacientes com fratura do extremo proximal do fêmur submetidos
ao tratamento cirúrgico, no Hospital HOME e Hospital Brasília. Trata-se de um estudo
retrospectivo e descritivo com 27 pacientes, submetidos a tratamento cirúrgico após fraturas
proximais do fêmur, nos últimos quatro anos, nos hospitais HOME e Brasília, em Brasília-DF.
Dos 27 pacientes, apenas 22 preenchiam os critérios de inclusão. Os pacientes foram
avaliados de acordo com o Charlson Comorbidity Index, para estimar a expectativa de vida,
além da classificação da fratura, Índice de Singh, TAD pós-operatório, critérios de redução,
tempo de consolidação e complicações. Os resultados evidenciaram vantagens na
abordagem cirúrgica, preferencialmente quando realizada em até no máximo 48 horas. Os
estudos comprovaram a alta incidência em população geriátrica, no entanto este estudo
divergiu dos demais ao demonstrar prevalência na população masculina. No pós-operatório
imediato, ocorreram 5 óbitos, sendo que 3 dos 5 óbitos foram em pacientes abordados após
as 48 horas após o trauma. Dos 16 pacientes remanescentes, 12,5% obtiveram redução
insatisfatória, 31,2% satisfatório e 56,3% anatômico. Além disso, em 43,75%, a consolidação
da fratura ocorreu em menos de 6 meses. O nosso estudo sugere que o InterTAN é
clinicamente mais eficaz do que outros dispositivos, resultando em menos complicações,
menos revisões e menos pacientes com queixas de dor. De modo geral, por se tratar de um
dispositivo novo, novos estudos são necessários para explorar a relações custo-benefício
deste com outros implantes no tratamento de fraturas intertrocantéricas.


Palavras-chave


Fraturas transtrocantéricas; Hastes Cefalomedulares; InterTAN.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8330

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