Prevalência da síndrome látex-fruta em profissionais de saúde

Letícia Sampaio Castro, Eduarda Luz Barbosa Alarcão, Milton Rego de Paula Junior

Resumo


A síndrome látex-fruta é a forma secundária da alergia mediada pela imunoglobulina E, em
que há uma sensibilização decorrente da reatividade cruzada por alérgenos não alimentares -
neste caso, o látex - que possuem parte homóloga de moléculas de alimentos (como banana,
abacate e abacaxi). A síndrome ocorre, em geral, com o desenvolvimento da
hipersensibilidade ou alergia ao látex precedendo a alergia a frutas. As manifestações são
variáveis, podendo ter acometimento cutâneo, gastrointestinal, respiratório e sistêmico.
Dentre os principais grupos expostos e suscetíveis à sensibilização pelo látex, estão os
profissionais da saúde, visto que são expostos ao látex diariamente. Considerando a
importância da temática e déficit de estudos sobre, o objetivo do presente estudo foi avaliar
a prevalência de manifestações de hipersensibilidade do tipo I associadas à síndrome
látex-fruta em profissionais de saúde que trabalham no Centro Universitário de Brasília e
Hospital Regional da Asa Norte. Foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva, transversal e
de levantamento no período de 1º de setembro de 2020 a 30 de julho de 2021. Por
amostragem de conveniência, foram selecionados 84 profissionais da saúde que
responderam questões referentes às condições sociodemográficas, histórico pessoal e
familiar de hipersensibilidade, perfil de contato com látex, histórico pessoal de reações com
látex e frutas. Observou-se que 54,8% (46) dos participantes trabalha na área da saúde há 10
anos ou mais e 44% (37) usa luvas de látex de 6 a 7 dias por semana, sendo que 41,7% (35)
utiliza as luvas entre 4 e 8 horas por dia. No que diz respeito aos antecedentes alérgicos
pessoais associados, o presente estudo apresentou 65,47% (55) de participantes que
apresentaram pelo menos uma manifestação alérgica. Em relação aos sinais/sintomas
relacionados ao uso das luvas de látex, os mais comuns foram o ressecamento das mãos
(80%), prurido (64,3%) e eritema (23,8%). Sobre a frequência dos sinais/sintomas de acordo
com a ingestão de determinadas frutas, os mais comuns foram prurido no palato, língua e/ou
garganta (14,3%), e náuseas ou azia (14,3%), seguido de dor e/ou distensão abdominal
(10,7%) ao ingerir alguma fruta específica. A fruta mais citada foi abacaxi, sendo seguida de
banana e abacate. No contexto das manifestações relacionadas às frutas, 28,57% dos
participantes que relataram reações alérgicas ao látex também queixaram alguma reação à
ingestão de frutas. Dessa forma, torna-se essencial a avaliação de profissionais que possuem
exposição contínua e prolongada ao látex com teste de puntura tanto para látex quanto para
antígenos alimentares, além de mais estudos e pesquisas sobre o tema.


Palavras-chave


síndrome látex-fruta; hipersensibilidade; alergia ao látex; reação cruzada; profissionais da saúde.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8324

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