Estudos das indicações clínicas de esplenectomia em pacientes do Hospital Regional da Asa Norte no período de 2014 a 2018

Mariana Sayuri Cabral Kishimoto, Beatriz Carneiro Passos, Alberto Vilar Trindade

Resumo


O baço é um órgão intraperitoneal com importante função de hemocaterese e imunológica. A
esplenectomia, retirada cirúrgica do baço, pode ser realizada em um contexto de urgência e
emergência e por indicação clínica, que são controversas e podem ter a finalidade de cura,
diagnóstico, estadiamento ou até mesmo paliativo. As consequências e complicações da
esplenectomia podem ser gravíssimas, necessitando ser bem indicada, levando em
consideração quadro clínico e complicações de doenças de base. Além disso, é imprescindível a
vacinação contra S. pneumoniae, H. influenzae e N. Meningitidis, pelo estado imunológico que
resta no esplenectomizado. O objetivo geral é: Estudar os casos de esplenectomia por indicação
clínica no Hospital Regional da Asa Norte no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2018.
Os objetivos específicos são: (1) saber se vacinação profilática está sendo realizada no HRAN; (2)
estudar as principais indicações clínicas da esplenectomia eletiva e complicações que esses
pacientes desenvolveram decorrente de sua doença de base; e (3) estudar as diferentes faixas
etárias dos pacientes nessa escolha terapêutica. A metodologia do estudo é uma análise
retrospectiva, qualitativa e quantitativa dos prontuários de casos de esplenectomias eletivas. A
amostra foi composta por pacientes de todas as idades que foram submetidos à esplenectomia
eletiva por indicação clínica. As variáveis eleitas para investigação são: idade, sexo, ocupação,
indicações clínicas para a retirada do baço, quadro clínico, via de acesso operatório, profilaxia
para bactérias capsuladas, presença de complicações e desfecho clínico após procedimento.
Foram incluídos 23 pacientes. Os resultados foram: em relação à idade dos pacientes,
encontrado dos 0 aos 10 anos, 0% (N=0), dos 10 aos 20 anos 21,74% (N=5), dos 20 aos 30 anos
17,39% (N=4), dos 30 aos 40 anos 21,74% (N=5), dos 40 aos 50 anos 21,74% (N=5), dos 50 aos
60 anos 4,34% (N=1) e acima dos 60 anos de idade 13,04% (N=3). Predominantemente do sexo
feminino 52,17% (N=12) dos pacientes, em comparação com 47,82% (N=11) do sexo masculino.
Dados em relação à profissão de pacientes esplenectomizados de maneira eletiva são escassos.
O quadro clínico dos pacientes incluídos no estudo se mostrou variável. Equimoses estavam
presentes em 26,08% (N=6) dos casos. A trombocitopenia imune primária (PTI)
corticodependente ou refratária se mostrou a principal indicação clínica para a esplenectomia,
representando 21,73% dos casos (N=5). A plaquetopenia foi a complicação de doença de base
mais encontrada, com porcentagem de 17,39% dos pacientes (N=4). Em relação à vacinação
profilática, foi realizada antes da cirurgia em 39,13% (N=9) dos casos. A vacinação realizada após
a cirurgia foi o caso de 13,04% (N=3) dos pacientes. Uma parcela de 30,43% (N=7) dos
prontuários analisados não havia relato da realização ou não da vacinação profilática nos
pacientes esplenectomizados. Em 17,39% (N=4) dos casos, não foi realizada a vacinação
profilática. Quanto às complicações cirúrgicas, cerca de 65,22% dos pacientes (N=15) não
tiveram qualquer complicação cirúrgica. O desfecho clínico após a cirurgia foi de 91,30% (N=21)
de alta hospitalar com acompanhamento ambulatorial. Concluindo, ao realizar a revisão
literária, percebe-se a quantidade reduzida de pesquisas e publicações a nível nacional e
internacional, visto a importância da temática escolhida.


Palavras-chave


Esplenectomia. Profilaxia. Indicações.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8295

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