Doping no esporte de combate: uma análise epidemiológica da realidade brasileira

Gabriela Lima de Alcântara, Ana Luiza Sousa Vello, Márcio Oliveira

Resumo


Dopagem (doping em inglês) é popularmente conhecida como a utilização de substâncias ou
métodos proibidos capazes de promover alterações físicas e/ou psíquicas que melhoram
artificialmente o desempenho esportivo do atleta (ABCD, 2021). No âmbito dos organismos
nacionais e internacionais antidopagem, incluindo a ABCD, a definição de Dopagem é mais
abrangente e está relacionada com a ocorrência de uma ou mais violações às regras
estabelecidas nos artigos 2.1 a 2.11 do Código Mundial Antidopagem (World Anti-Doping
Code, 2021), que é o conjunto de normas que têm o objetivo de unir e fortalecer as políticas
antidopagem adotadas por todos os países que aderiram à Convenção Internacional contra a
Dopagem no Esporte. O uso destas substâncias, além de ser desonesto, ocasiona mudanças
em quem a consome, podendo até mesmo levar a óbito (ABCD, 2020). Sendo assim,
procura-se demonstrar com este estudo a realidade brasileira atual sobre o cenário nacional
no esporte de combate identificando o conhecimento do atleta brasileiro sobre doping e
para tanto definir, a nível nacional, quem são esses atletas e quais as principais substâncias
utilizadas. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo de prevalência. A coleta
de dados foi realizada em âmbito nacional por meio de questionário eletrônico
auto-administrado. As variáveis numéricas foram analisadas quanto a presença de
distribuição normal utilizando o teste de Kolmogorov-Smirnov com correlação de
significância de Lilliefors. Considerando a distribuição não normal das respectivas variáveis,
os resultados foram apresentados utilizando mediana e amplitude interquartil. As variáveis
categóricas foram apresentadas em frequências (absoluta e relativa). O teste de
Qui-quadrado (c2) foi empregado na comparação de proporções entre as variáveis
categóricas. A análise estatística dos dados foi processada pelo software Statistical Package
for Social Sciences (SPSS), versão 26, considerando-se um nível de significância de 5% (a =
0.05). Foram realizados 126 questionários, em que 77% dos entrevistados sabiam a definição
de dopagem e 50,8% reportaram conhecer a possibilidade de contaminação cruzada. Ainda,
37,5% dos atletas referiram o uso de dopagem, sendo que 29,4% utilizaram mais de uma vez
e 50,8% reportou saber dos malefícios. Os médicos foram os principais prescritores desses
métodos (16,7%) e 76% dos participantes responderam que não fariam uso de uma
substância para vencer uma competição muito importante mesmo que tivessem a garantia
de não serem pegos. Conclui-se que o doping é uma realidade no esporte e, portanto, é
fundamental expor e dialogar a respeito do assunto, a fim de promover a saúde do atleta, a
equidade em competição e o esporte limpo.


Palavras-chave


Doping; Dopagem; Esportes de Combate.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8276

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