Determinantes no manejo clínico e terapêutico em pacientes graves com Sars-cov-2 em um hospital público do Distrito Federal

Felipe Freitas de Sousa, Rodrigo Soares Pereira, Fabiana Xavier Cartaxo Salgado

Resumo


A infecção pelo SARS-CoV-2 apresenta elevada prevalência devido ao rápido modo de transmissibilidade. O quadro clínico varia de leve, moderado e grave, sendo que os mais graves evoluem com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e necessidade de internação em unidade de terapia intensiva. Diversas alterações em exames de imagem, laboratoriais e sinais e sintomas dos pacientes na admissão, podem ser fortes indicativos de evolução grave da doença. Este trabalho objetivou Investigar o manejo clínico e terapêutico em pacientes graves acometidos por COVID-19 em um hospital público do Distrito Federal. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, comparativo com revisão de prontuários de pacientes internados no Box de Emergência e na UTI do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, no período de março/2020 a dezembro/2020. Foram incluídos pacientes ≥ 18 anos portadores de COVID-19, comprovados por exame positivo de reação em cadeia de polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR) de amostras de swab nasais e faríngeos, de ambos os sexos. Foram investigadas as variáveis sexo, idade, teste RT-PCR confirmatório para COVID-19, tempo de internação, desfecho clínico, comorbidades, exames de imagem de tomografia computadorizada (TC) de tórax, exames laboratoriais e principais medicamentos utilizados. A amostra foi composta por 143 pacientes estratificados em alta (39/27,3%) e óbitos (104/72,7%). O estudo revelou uma média etária acima dos 50 anos e prevalência do sexo masculino em ambos os grupos. As principais comorbidades encontrados foram: HAS, DM, DPOC e doenças cardiovasculares de forma estatisticamente significante no grupo de óbitos e obesidade no grupo de alta. Exames de TC de tórax revelaram predominância de vidro fosco, abrangência bilateral e comprometimento >25% nos dois grupos analisados (alta e óbito). Em relação aos tratamentos medicamentosos, o uso de antimicrobianos foi empregado para todos os pacientes da amostra, sendo os principais a azitromicina, a piperacilina/tazobactam, a ceftriaxona e o meropenem para ambos os grupos. As principais associações antimicrobianas utilizadas nos grupos de pacientes que evoluíram para alta e óbito foram: azitromicina + ceftriaxona, amicacina + meropenem, azitromicina + piperacilina/tazobactam. Outros medicamentos empregados na amostra do estudo incluiu: cloroquina/ hidroxicloroquina (8,39%), corticosteroides (86,7%) e anticoagulantes (97,2%). Os exames laboratoriais mais alterados foram: leucócitos; bastões, neutrófilos, linfócitos, proteína C reativa, TGO (AST), TGP (ALT), LDH, creatinina, ferritina, gama GT e fosfatase alcalina. A COVID-19 é uma doença nova e potencialmente fatal, com pior prognóstico para pacientes graves, sobretudo internados na UTI. Este trabalho permitiu conhecer os comprometimentos pulmonares mais frequentes, alterações mais importantes nos exames laboratoriais, os tratamentos instituídos e o perfil dos pacientes graves acometidos por COVID-19 em um hopital público referência no tratamento. Esses achados almejam colaborar com as equipes de assistência em saúde e comunidade científica no manejo do paciente grave acometido por COVID-19.


Palavras-chave


COVID-19; coronavírus; UTI; SARS-CoV-2.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8274

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