Avaliação da taxa de remissão de pacientes com doença de graves sob o uso de drogas antitireoidianas em um hospital público do Distrito Federal

Ana Júlia Souza Malheiros, Isabela Santos Rossigneux Vieira, Márcio Garrison Dytz

Resumo


A doença de Graves (DG) é uma condição autoimune e a causa mais comum de
hipertireoidismo, sendo mais prevalente em mulheres dos 20 aos 50 anos. Trata-se de uma
síndrome envolvendo aumento e hiperatividade da glândula tireóide resultante de fatores
genéticos e ambientais. Sua patogênese parte da produção de autoanticorpos TRAb que
estimulam os receptores de TSH levando à hiperprodução de hormônios tireoidianos T3 e T4.
Os principais sinais e sintomas são intolerância ao calor, sudorese, fadiga, perda de peso,
taquicardia, alterações oculares e bócio. O diagnóstico é feito pelos achados do exame físico
e dosagem hormonal elevada de T3 e T4 ou indetectável de TSH. São utilizadas 3 abordagens
de tratamento, drogas antitireoidianas (DAT), iodo radioativo (I131) e tireoidectomia. As
DATs são as mais prevalentes no Brasil e induzem a remissão da doença após 6 a 12 meses de
uso em 30 a 70% dos casos ao reduzirem a síntese de T3 e T4, contudo há um alto percentual
de recidiva (60 a 70%), o qual está intimamente relacionado com o tempo de administração
das drogas e a adesão ao tratamento prolongado. Assim, este trabalho buscou avaliar a taxa
de remissão de pacientes com hipertireoidismo secundário a doença de Graves sob o uso de
DATs no Hospital Regional de Sobradinho (HRS) do Distrito Federal, determinando o tempo
médio de uso necessário para alcance da remissão e o perfil epidemiológico dos pacientes
do referido hospital. Trata-se de estudo retrospectivo e transversal de caráter descritivo com
abordagem qualitativa e de natureza básica, sendo um estudo documental com revisão de
prontuários de pacientes que fizeram acompanhamento da DG no HRS de 2015 a 2020.
Foram analisados 33 pacientes com diagnóstico de hipertireoidismo no ambulatório de
endocrinologia do HRS, destes, 29 são mulheres (4 homens). 93,9% fizeram uso de Tapazol e
apenas 6,1% usaram Propiltiouracil. A dose máxima utilizada foi de 60 mg, porém a maioria
utilizou a dose de 30mg de Tapazol (24,2%). Dentre os pacientes avaliados, 6 entraram em
remissão com o uso de tapazol e todos os pacientes que entraram em remissão com drogas
antitireoidianas tiveram recidiva da doença. Por fim, foram avaliados 29 pacientes e a taxa de
remissão do hipertireoidismo foi de 18,2% (n=6), o que vai de encontro com a literatura, que
corresponde a uma média de 30 a 50%. Entretanto, entre os pacientes que remitiram com o
tratamento primário, houve diferença estatística entre as idades de remissão. A média de
idade de quem entrou em remissão foi 33+/- 7 anos e quem não entrou em remissão foi 46
+/- 18 (p valor= 0,008), apresentando significância estatística e colaborando para maiores
estudos relacionados ao hipertireoidismo.


Palavras-chave


hipertireoidismo; doença de Graves; drogas antitireoidianas; tapazol.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8261

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