Resistência à colistina em isolados de enterobactérias de amostras fecais de suínos no Distrito Federal

Antonio Cabral de Oliveira Junior, Juliana Lucas Merida, Fabíola Fernandes dos Santos

Resumo


Utilizados na prática clínica para a realização de tratamento de infecções por bacilos Gram negativos multirresistentes, as polimixinas são consideradas a última opção terapêutica. Estes antimicrobianos polipeptídicos atuam nas membranas celulares bacterianas, ocasionando a diminuição da integridade da parede celular, e consequente morte celular. Para criar resistência às polimixinas alguns microrganismos são capazes de alterar o lipopolissacarídeo presente em sua parede celular, reduzindo significativamente a afinidade do antimicrobiano pela superfície celular, e estas modificações são reguladas por diferentes genes, os quais são ativados por fatores ambientais como presença de cátions, pH ou presença do antimicrobiano. A ativação desses fatores desencadeia a ação de uma cascata de genes que, em consequência, confere o fenótipo de resistência às polimixinas. O surgimento de microrganismos resistentes é um problema mundial, pois tornaram o tratamento mais difícil de tratar graças a baixa opção terapêutica. A viabilidade e a manutenção do uso das polimixinas é essencial para tratamento de infecções desenvolvidas por bactérias multirresistentes, até que apareçam novas opções terapêuticas ainda não disponíveis. O principal mecanismo de resistência às polimixinas ocorre por meio da modificação do lipídio A, resultando na redução da afinidade à polimixina. Até o momento, todos mecanismos de resistência à polimixina relatados eram cromossômicos e envolviam a modulação de sistemas reguladores de dois componentes, por exemplo, pmrAB, phoPQ, e seu regulador negativo mgrB no caso de K. pneumoniae, levando à modificação do lipídio A com frações como fosfoetanolamina ou 4-amino-4-arabinose, ou em raros casos perda total do lipopolissacarídeo. Os relatos são predominantemente quanto à resistência à colistina via mutações cromossômicas e, apesar de relatos sobre surtos clonais, a resistência é muitas vezes instável, com um custo de aptidão à bactéria, demonstrando ser incapaz de se espalhar para outras bactérias. O surgimento de resistência à colistina mediada por plasmídeos na forma do MCR-1, relatada na pesquisa divulgada por LIU et al. (2016), torna-se um achado de significância global. A intenção deste trabalho foi analisar a presença da resistência antimicrobiana à colistina (polimixina) em suínos de fazendas no Distrito Federal, avaliando a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e pesquisar a presença do gene MCR-1 (do inglês, Mobile Colistin Resistance).

Palavras-chave


Resistência bacteriana. Colistina.Gene MCR-1.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7647

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