Investigação de infecções hospitalares em cirurgias de implante de prótese mamária em hospital público de Brasília

Camila Damasceno Ribeiro, Paula Campos de Mendonça, Fabiana Xavier Cartaxo Salgado

Resumo


As Infecções Relacionadas à assistência em Saúde (IRAS) correspondem a uma das complicações mais prevalentes que acometem os pacientes durante os cuidados de saúde, e a Infecção do Sítio Cirúrgico é a segunda maior causa de Infecção Hospitalar. Em relação as cirurgias de prótese mamária, o Sistema Único de Saúde é obrigado a garantir a cirurgia para pacientes pós-mastectomizadas, e as infecções podem resultar em retirada de próteses, complicações sistêmicas e aumento de custos hospitalares. Objetivo: investigar a ocorrência de infecções hospitalares em cirurgias de prótese mamária em um hospital público de Brasília. Para tanto, investigamos o perfil epidemiológico dos pacientes da amostra; as indicações para as cirurgias de próteses mamárias; as classificações das cirurgias conforme o potencial de contaminação; a avaliação e a adequação do antibiótico profilático cirúrgico e as condutas realizadas frente as infecções hospitalares ocorridas. Método: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e prospectivo, descritivo de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de colocação de prótese mamária, entre janeiro de 2018 a dezembro de 2019, na Unidade de Cirurgia Plástica do Hospital Regional da Asa Norte da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do UniCEUB (CAAEde 17697619.2.0000.0023) e pelo CEP da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde/FEPECS/SES/DF (CAAE: 17697619.2.3001.5553). Resultados: A amostra de pacientes com implante de prótese mamária foi de 108. Todas as cirurgias foram realizadas em mulheres, com média de 39,94 anos de idade, média de 2,47 dias de internação e com 100% de alta no desfecho clínico. A indicação cirúrgica mais prevalente foi a pós-mastectomia. A taxa de infecção hospitalar relacionada ao procedimento de implante de prótese mamária foi 6,48% (n=7). Em relação as próteses mamárias analisadas, foi observado que 100% delas eram de poliuretano, variando a sua superfície em texturizada e lisa. A profilaxia antibiótica foi analisada de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde, em que a pré-operatória foi considerada inadequada em 7,41% dos casos, a intraoperatória em 95,46% e a pós-operatória em 33,70% dos casos. O tratamento das infecções hospitalares foram: administração de antibióticos, curativos, drenagem de secreção e reabordagem cirúrgica. A origem das próteses mamárias não foi identificada em 57,14% das cirurgias. Conclusão: O presente estudo reintera a evidência que apoia o uso da adequada profilaxia antibiótica na prevenção da infecção do sítio cirúrgico e a importância de uma correta implementação dos protocolos de prevenção de IRAS recomendados pelas organizações de saúde, com vistas a redução das infecções relacionadas aos procedimentos cirúrgicos, bem como um controle rigoroso da origem das próteses mamárias utilizada no serviço público de saúde.

Palavras-chave


Mamoplastia. Prótese mamária. Infecção do sítio cirúrgico.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7630

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