Análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e eletrofisiológicos dos pacientes diagnosticados com polineuropatia alcoólica

Ana Luísa Barbosa Gouveia, Ana Luísa de Andrade Seguti Ferreira, Talyta Cortez Grippe

Resumo


A polineuropatia alcoólica é uma desordem do sistema nervoso periférico que
interfere em sua função, apresenta-se com sinais e sintomas de deficts sensoriais e
motores. No exame de eletroneuromiografia se caracteriza por comprometimento axonal,
simétrico e distal. Objetivo: Caracterizar a epidemiologia, quadro clínico e achados
eletrofisiológicos de pacientes identificados com Polineuropatia Alcoólica do centro de
referência de eletroneuromiografia do DF. Método: A pesquisa foi realizada em duas
etapas. A primeira de maneira retrospectiva, transversal do tipo descritiva. Foram avaliados os laudos de eletroneuromiografia de pacientes que realizaram o exame no período de 2010 a 2019 e selecionados aqueles compatíveis com Polineuropatia Alcoólica. Na segunda etapa foi realizada uma investigação prospectiva, transversal do tipo descritiva através da aplicação de questionários e avaliação dos sintomas esclarecido pelo exame físico. Resultados: Foram selecionados 136 laudos compatíveis com Polineuropatia Alcoólica, destes, somente 8 pacientes foram elegíveis para pesquisa devido à incapacidade de realizar contato com os demais. Da amostra 87,5% (n=7) são do sexo masculino e 100% (n=8) idade > 40 anos. A média de exposição ao álcool é de 24,3 anos. Como principais sintomas clínicos 50% (n=4) dos pacientes apresentaram comprometimento da força, sendo 87,5% (n=7) com alteração de força nos dedos dos pés, em 87,5% (n=7) o acometimento do reflexo Aquileu está presente. A amostra revela diminuição significativa da sensibilidade em membros inferiores. O exame de eletroneuromiografia evidenciou alterações em todos os parâmteros com maior prevalência de achados anormais em amplitude e grande comprometimento dos potenciais motores, caracterizando a polineuropatia como axonal e grave. Conclusão: A despeito de uma amostra reduzida, os resultados assumiram um padrão homogêneo, permitindo uma descrição clínica e neurofisiológica dessa polineuropatia, que é pouco estudada na população brasileira. No entanto, são necessários estudos com maior número de pacientes para validação desses achados.


Palavras-chave


Polineuropatia. Álcool. Eletroneuromiografia.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7563

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