Norma de desempenho NBR 15.575: projeto e realidade

Alexandre Machado Co, Sérgio Luiz Garavelli

Resumo


As cidades brasileiras estão cada vez mais ruidosas, o aumento do número de veículos nas vias, a utilização de equipamentos eletrônicos com maior potência sonora são fatores que corroboram com este aumento. A exposição de fachadas de edifícios sem o isolamento adequado, a isolação ineficiente de interfaces de diferentes unidades aumenta a exposição dos habitantes a níveis de pressão elevados, combinado com o aumento da conscientização da população em relação a necessidade de condições adequadas de conforto acústico acarretou numa ampliação das reclamações em relação à contaminação ambiental relacionada à poluição sonora. No sentido de mitigar este problema, a norma brasileira que trata do desempenho de edificações habitacionais, NBR 15575, considera o desempenho acústico como um importante quesito a ser considerado. Estabelece valores mínimos, intermediários e superiores para os parâmetros acústicos relacionados à isolação. Em trabalhos anteriores desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa em Acústica Ambiental do UniCEUB, constatou-se que que parâmetros previstos nos projetos acústicos não foram atingidos, sendo que, em alguns casos ficou abaixo do mínimo recomendado pela norma. Esta pesquisa teve por objetivo principal avaliar in situ, através de medições acústicas, os parâmetros de isolação para o ruído aéreo entre diferentes ambientes, e comparar com os limites estabelecidos pela NBR 10.575, e com o valor previsto no projeto acústico. No caso de divergências foram feitos levantamentos visando identificar possíveis falhas no projeto ou na execução da obra. Como resultado obteve-se que todos os sistemas avaliados atenderam aos requisitos da NBR 15.575 (2013), sendo que a maioria atingiu apenas o mínimo recomendado. Foi constatado a importância da elaboração do projeto acústico, que é feito na etapa de planejamento da obra, assim no caso de identificação de um possível problema pode ser resolvido nesta etapa. Observou-se discrepâncias entre os valores do desempenho avaliados no projeto e nas medições in situ. Os valores do desempenho previstos no projeto foram ligeiramente menores que os medidos, indicando assim que se deve prever uma margem de erro na etapa do projeto acústico. Em relação aos equipamentos prediais e hidrossanitários, foi constatada a diferença de resultado entre as duas opções avaliadas de sistemas hidrossanitários, ou seja, um melhor resultado para a descarga com caixa-acoplada em comparação com o sistema com válvula de descarga embutida na parede. A descarga com caixa acoplada evita a vibração causada pela água ao passar pela tubulação, tendo em vista que, a água já está armazenada no local. A NBR 15575 (2013), no que se refere a equipamentos prediais e sistemas hidrossanitários não é de aplicação obrigatória ainda pelas construtoras, mas vale salientar a importância de se cuidar do conforto acústico das unidades residenciais. Um resultado “Mínimo” ou “Insuficiente” de desempenho acústico, traz uma percepção extremamente ruim para a edificação e para a construtora responsável, afinal um item cada vez mais valorizado pelos consumidores não foi atendido adequadamente. Foi constatado também que a escolha de horários nos quais o ruído residual não seja elevado, é de fundamental importância, para que não interfiram nos resultados das medições.


Palavras-chave


Norma de desempenho. NBR 10.575. Desempenho acústico.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7443

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